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…e o Seu Madruga pagou o aluguel

5 de julho de 2012 Deixe um comentário

Ontem, 04 de julho de 2012, deu-se a partida de futebol mais importante desde que a bola foi inventada.

Contra tudo e contra todos, o Sport Club Corinthians Paulista entrou no campo do Pacaembu ciente do peso que carregava nos ombros. A primeira final de Libertadores, contra o adversário mais temido pelos brasileiros. Um jogo acompanhado não apenas pelo bando de mais de 30 milhões de loucos, mas pelo universo inteiro, em êxtase, atenções monopolizadas aguardando o apito final e a consagração.

Ou a tragédia.

Sim, houve aqueles que torceram contra o povo. Torceram contra o trabalho, a seriedade, o controle. Contra a redenção. Mas, da mesma forma que o povo hebreu atravessou a pés enxutos o Mar Vermelho, o Corinthians não foi realmente ameaçado nesta final. Aliás, em toda a Libertadores, foram poucos os momentos de tensão. Resumem-se aos oito segundos, entre o lançamento errado de Alessandro, a arrancada de Diego Souza e o milagre de Cássio, no segundo jogo contra o Vasco. Paulinho tratou de enterrar qualquer dúvida minutos depois.

Claro, o time também levou um gol na Bombonera, mas o choque foi substituído pelo brilho de Romarinho que, naquele que deve ter sido seu único toque na bola em toda a Libertadores, tratou de acabar com a marra e a empáfia do Boca Juniors. Um gol de craque, com frieza, com técnica. Da mesma forma que Emerson, no Pacaembu lotado, aproveitou as oportunidades que não demos ao Boca. Dois a zero, indiscutível, inquestionável. Corinthians campeão da Libertadores.

Engraçado que meu pé-de-coelho, minha filha Helena, já viu o Corinthians ganhar um Brasileiro e uma Libertadores – mesmo sem entender muito bem o que está acontecendo. Tomara que continue dando sorte ao Timão. A baixinha dormiu cedo, não viu o jogo, mas peguei ela no colo depois da partida, dormindo com um enorme sorriso. Se eu disser com o que ela devia estar sonhando, vão dizer que sou pretensioso… Mas é bom torcer sabendo que ela está ali perto pra eu poder abraçar depois da partida!

Lembrei de (dolorosas) eliminações anteriores, quando meu amigo André Faccas e eu fanficamos como seria uma conquista do Timão. Não vou entrar em detalhes, mas basta dizer que não acertamos, nem de longe. Eliminar o vice-campeão brasileiro e campeão da Copa do Brasil, o então campeão da Libertadores e auto-proclamado “melhor time do Brasil” pra terminar a campanha derrotando o bicho-papão argentino não estava nos planos, nos sonhos ou nos fanfics. Parecia muito distante, depois de derrotas tão amargas, finalmente poder dizer que acabou a zica. Eu já vi o Corinthians ser campeão paulista, brasileiro, do Brasil, do Rio-São Paulo, mundial, de torneios que nem me lembro mais do que eram… Mas agora, acabou. Não foi o Corinthians que entrou para o “seleto grupo de campeões da Libertadores”.

É a Libertadores da América que, finalmente, foi aceita na sala de troféus do Corinthians.

Claro, ouvi muitos secadores e antis debochando do Corinthians, como se não ter sido campeão da Libertadores nos tornasse menores. Ao contrário! Como poderiam entender que precisavamos lapidar não só o elenco, mas também a torcida, para essa conquista?

Acabaram as piadas? Acabaram os chistes?

Uma que sempre ouvi em começo de Libertadores era que o Corinthians, no torneio, era igual assistir Chaves. Todo mundo já viu um monte de vezes, já sabe como termina e, mesmo assim, assiste de novo pra dar risada.

Acho que, dessa vez, o seu Madruga pagou o aluguel, então.

O final dessa história foi escrito de maneira incontestável. Um ponto final ao menosprezo dos adversários, o final feliz, não de um time com uma torcida fanática, mas de uma torcida que foi representada em campo por um time de heróis.

Em breve, teremos nosso estádio, nunca tão charmoso quanto o Pacaembu, mas muito mais moderno. Lá, voltaremos a conquistar esses títulos. É jogando em Itaquera que será ainda mais gostoso vencer o Palmeiras e conquistar outra Libertadores. Mas essa é outra história, para outra oportunidade.

A história de nossa busca pelo título da América acabou ontem, 04 de julho de 2012, e teve final feliz.

Alguém poderia imaginar de outra forma?

Acho que o Sargento Garcia também prendeu o Zorro. A vaca tussiu. Rubens Barrichello passou o Schumacher. O Coiote pegou o Papa-Léguas. Lex Luthor derrotou o Superman. Galinha tem dente. O inferno congelou. O Chinese Democracy saiu. O Brasil não está nem entre os dez melhores do ranking da Fifa. Maluf foi condenado. O Saci subiu a ladeira de skate. A Praça é Nossa ficou engraçada. O Chelsea foi campeão europeu. O Dick Vigarista ganhou a Corrida Maluca. E pegou o pombo. O Galo é bicampeão brasileiro.

Mas espera aí… Algumas dessas coisas realmente aconteceram!

Então, talvez o bando de loucos não esteja tão louco assim, afinal.

Obrigado a minha esposa Larissa, que agüentou meu ataque de nervos nos últimos, sei lá, dez dias! Obrigado a minha filha Helena, que me dá ânimo pra superar as adversidades com seu sorriso! Obrigado a todos que acompanham o blog, garanto que as atualizações voltarão a ser mais freqüentes.

E obrigado, Corinthians, por tantas alegrias! E depois dizem que a gente gosta de sofrer…

Deu nóis!

Raul, Maloqueiro, Sofredor e Campeão da América, Graças a D-us

Categorias:Corinthians, Torcida

O Dia em que a Terra Parou

4 de julho de 2012 Deixe um comentário

Peço desculpas aos leitores que acompanharam o blog ao longo do ano passado e têm voltado aqui para conferir as atualizações. A verdade é que nossas vidas estão uma correria, eu, minha esposa (e a bebê) não temos mais o mesmo tempo e disposição de antes para escrever.

Isso não significa que a gente vá parar com o blog ou que não gostemos mais de futebol, pelo contrário!

Eu mesmo estava pensando em voltar a escrever nas férias, comentando o vai-e-vem do mercado e os resultados dos campeonatos no primeiro semestre. Da última vez que atualizei o blog, André Vilas Boas estava no Chelsea, que nunca tinha sido campeão europeu; Harry Redknapp, no Tottenham, era cotado para a seleção inglesa; José Mourinho e o Real Madrid perdiam pontos preciosos no campeonato espanhol e viam o Barcelona, do técnico Guardiola, se aproximando na tabela; Milan e Juventus se alternavam na liderança do campeonato italiano; O Manchester City era um time sem lembrança de seus poucos e distantes títulos; o Paris Saint-Germain via um investimento milionário ser ameaçado pelo modesto Montpellier; o Flamengo ainda acreditava em Ronaldinho Gaúcho e sonhava com Vágner Love; o Atlético Mineiro tentava esquecer (inutilmente, é bom que se diga) a humilhação na última rodada do Brasileiro frente ao Cruzeiro, marchando a largos passos rumo ao título estadual; O São Paulo ainda sonhava com a Copa do Brasil; o Santos sonhava com o bi da Libertadores; o Palmeiras sonhava com qualquer título que viesse…

E o Corinthians…

O Corinthians ainda não tinha vencido o Palmeiras de virada, duas vezes. Não tinha derrotado o Santos de Neymar na Vila Belmiro e nunca tinha chegado a uma final de Libertadores.

Mas ver o Jornal Nacional fazendo matéria sobre a final a dois dias da decisão, ver todos os principais órgãos de imprensa dando a este jogo uma importância de final de Copa do Mundo, ouvir gritos de “vai, Corinthians!” diariamente, ver pichações exaltando a importância deste feito na história centenária do clube, ver diversos programas esportivos dedicando boa parte de suas programações ao Timão… Hoje mesmo, o Bom Dia São Paulo, Bom Dia Brasil, programa da Ana Maria Braga, Bem Estar e Fátima Bernardes estão totalmente voltados para a final! Empresas pagam anúncios desejando boa sorte, meios de comunicação manifestam apoio e a comoção em torno desse jogo aumenta exponencialmente a cada minuto!

Não é um jogo como os outros. Pra ninguém. Nem pro Corinthians, nem pros rivais, nem pro Boca Juniors. Este é um time que sabe que pode ganhar a qualquer momento, mas nem por isso entra em campo acomodado – trinta anos depois da Tragédia do Sarriá. É um time que precisou superar muita desconfiança pra chegar onde chegou, vencer adversários dentro e fora do campo, mostrar força e cabeça pra merecer tudo isso – dez anos depois da conquista do penta pela seleção.

Quem não é corinthiano podia dar o braço a torcer e admitir… Esse não é um jogo como os outros. Nunca uma final de Libertadores mobilizou a atenção de tanta gente. Audiência na TV com números comparáveis somente a uma final de Copa do Mundo. Um bando de 30 milhões de loucos sendo representados em campo por jogadores discretos, competentes, sérios, sem excessos. Estrela, só se for a de Romarinho, que entrou no final do primeiro jogo pra mudar o destino da Libertadores. Só se for a de Tite, que parece fazer sempre a alteração certa no time (como fez ano passado, durante o Brasileiro, com Adriano e Luis Ramirez). Um time que vem sendo forjado e lapidado para este momento desde a indigesta eliminação para o Tolima, em 2011. Jogadores que aprenderam a colocar os pés no chão e controlar o ritmo das partidas, o espírito, a intensidade do adversário, mesmo quando não tem a posse de bola. O Corinthians é atacado até onde permite, e seu contra-golpe costuma ser fatal. Vantagens mínimas garantiram a classificação, mas o Timão não foi realmente ameaçado, jamais perdeu as rédeas da situação. O Corinthians de Cássio, que deu outra moral para a defesa, de Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos, absolutos na defesa, do gigante Ralf e do monstro Paulinho, do genial Danilo que, quando não é decisivo, ajuda os outros a serem. O Corinthians da precisão de Alex, da malícia de Emerson, da vontade de Jorge Henrique, Liédson e Willian. O Corinthians de Romarinho, nosso fio de esperança no momento mais terrível do campeonato. O Corinthians de Tite que, expulso de campo, acompanhou o jogo junto da Fiel.

Quantas histórias nessa campanha, quantos heróis, quantas pequenas vitórias aguardando a coroação.

Quando a bola começar a rolar no mais corinthiano dos estádios, não é só a Fiel que vai torcer. Não é só o Brasil que vai parar.

Podem escrever: o dia 4 de julho de 2012 será lembrado como o dia em que a Terra parou.

Parou pra ver o Corinthians.

E aquele instante infinito em que a bola sai dos pés do atacante para estufar as redes durará um século de história. Nunca tantos prenderão o fôlego por tanto tempo, nunca antes o grito de gol pode ser ouvido até no espaço. São Jorge estará lá, na área técnica, junto de Deus, de anjos e demônios, gritando e pedindo raça. Não se fará outra coisa, não se falará em outra coisa. Nenhum coração baterá num ritmo que não seja o das arquibancadas. Nenhum coração ouvirá impassível o apito final.

Podem falar que humildade não é nosso forte – nisso, todas as torcidas são iguais. Podem falar que somos chatos quanto ganhamos – nisso, todas as torcidas também são iguais. Podem falar que não temos Libertadores, que não temos estádio, que não temos grandes jogadores, que nossos ídolos são Tupãzinho, Basílio e Wladimir, que não temos tantas conquistas, que não temos tantas vitórias.

Nós temos histórias. Milhares delas.

“Estive lá quando precisaram de mim”. “Sempre acreditei”. “Perdemos, mas não parei de gritar”. “Fui em todos os jogos”. “Viajei pra outros estados”. “Foi rebaixado e continuei cantando”. “Vi todos os títulos da era Marcelinho“. “Peguei a camisa do Neto“. “Imitei as embaixadinhas do Edílson“.

“Nem pisquei naquele dia 4 de julho”.

Até mesmo os detratores têm suas histórias sobre o Corinthians. Aquela torcida que não tem time, não tem nome, não tem bandeira, exceto torcer contra o Coringão. É a única coisa que têm em comum. Mas, mesmo nos nossos piores momentos, não são maiores que nós. Nenhuma time tem essa torcida, que merece ser chamada de FIEL. Mas essa torcida tem um time que encarna esse espírito.

E isso não cabe em nenhuma sala de troféus.

Mesmo assim, esperamos pela Libertadores. Depois disso, a Terra pode voltar a girar. É nosso final feliz pra mais uma história.

É a vida que segue.

E assim por diante.

VAI, CORINTHIANS!

São Jorge estará no Pacaembu, mas a Lua está pronta para a festa!

Raul, hoje mais do que nunca CORINTHIANO, MALOQUEIRO E SOFREDOR, GRAÇAS A D-US!

Categorias:Corinthians, Torcida

Perspectiva 2012

5 de fevereiro de 2012 1 comentário

Os estaduais já começaram, as contratações continuam agitando os clubes, a Seleção Brasileira marcou mais amistosos, a Copa São Paulo mais empolgante de todos os tempos teve uma final sensacional entre Corinthians e Fluminense e… o blog ficou um tempinho parado. Perdi bastante coisa, por conta do trabalho ou da mudança (vou sair da Dubai da Zona Leste este mês), mas não deixei de acompanhar futebol. Como minha memória não é das melhores, abdiquei de escrever uma retrospectiva de 2011 e resolvi focar em algumas coisas que devem acontecer durante os próximos 11 meses.

No futebol paulista, o Palmeiras parece fadado a continuar atrás dos rivais. Com Scollari, Galeano e César Sampaio mais fortes à frente do futebol (e o enfraquecimento do vice de futebol Roberto Frizzo), o torcedor pode, pelo menos, esperar menos vexames. A aposentadoria de São Marcos parece ter unido os palmeirenses, que querem voltar a comemorar títulos e estão apoiando Felipão. Valdívia tem demonstrado comprometimento e as contratações, ainda que minguadas, estão chegando. É pouco para brigar por títulos, mas talvez seja o suficiente pra não ser mais motivo de piada.

O São Paulo contratou surpreendentemente bem e bastante – o presidente Juvenal Juvêncio está abrindo os cofres para fortalecer a equipe, dispensou jogadores e não quer mais saber daquela equipe apática de 2011. A contusão de Rogério Ceni foi um duro golpe para o torcedor são-paulino, mas resta saber se as contratações vão vingar. Cortez e Jadson são incógnitas: o primeiro, teve apenas um primeiro semestre muito bom e atuações animadoras pela Seleção. O segundo está longe de ser um craque. Mas prometem dar uma nova cara ao time, principalmente se Nilmar realmente chegar ao Morumbi.

O Santos fez o mais importante: manteve o melhor jogador do mundo na atualiadade em seu elenco. Neymar sabe, porém, que só será reconhecido como tal jogando na Europa. Será que ele aguenta esperar até 2014 pra fazer as malas? Já Paulo Henrique Ganso, quando não está envolvido em alguma polêmica com a diretoria, está no departamento médico. Me parece que seria melhor pra todo mundo se ele fosse para a Europa, assim não ficaria insatisfeito no clube que o revelou. O Peixe, mais uma vez, é favorito nos títulos que disputar.

O Corinthians também manteve o elenco campeão brasileiro, fez algumas contratações pontuais questionáveis (o goleiro Cássio, o chinês de nome engraçado e o atacante Gilsinho, que estava no Japão), outras muito boas (o zagueiro Felipe, o atacante Elton e o meia Vitor Junior) e o meia Douglas, que continua querido por boa parte da torcida. O atual time do Corinthians é muito estável, o que dá vantagem em uma competição de pontos corridos, mas não sei se é capaz de se comportar bem no mata-mata da Libertadores, considerando a má fase do lateral-direito Alessandro, não ter reservas à altura para Ralf e Paulinho, além de só poder contar com Adriano em dia de churrasco. O jeito é continuar ganhando os jogos de 1 a zero ou 2 a 1, se possível de virada. Até na final da Copinha foi assim.

O Imperador, contudo, pode estar com os dias contados no Parque São Jorge. Até Andrés Sanches já admitiu que sua contratação foi um erro. Até a chegada de Douglas foi motivo para a torcida se mobilizar e pedir que a camisa 10 fique com o meia, e não com o atacante. Sem ser relacionado para os primeiros jogos do Paulista, Adriano pode ficar até de fora da lista de inscritos para a Libertadores. Claramente, ele está com a cabeça em outro lugar – que todos sabem qual é.

A chegada de Vágner Love ao Flamengo é um exemplo claro de como a atual administração do rubro-negro é péssima: presidente de clube fazendo dancinha, salários atrasados, Ronaldinho só treina quando quer, técnico contratado antes de demitir o dono do cargo, elenco entrando em campo sabendo que o técnico seria demitido… Perderam Thiago Neves para o rival Fluminense, contrataram Love por 10 milhões de euros e não têm dinheiro para pagar os salários. Até quando acham que vai durar? A demissão de Vanderlei Luxemburgo, depois de a presidente ter negado, acusado a imprensa de querer derrubá-la e acusado o presidente do Fluminense de “falta de ética” na negociação com Thiago Neves, escancarou os podres da administração Patricia Amorim, uma das piores da história do Flamengo. E olha que a concorrência é brava na Gávea!

Por falar em má administração, parece que Zezé Perrela saiu do Cruzeiro mas levou o cofre junto. Salário atrasado, no Cruzeiro, é algo que nunca pensei em ouvir, pois o clube sempre foi tido como modelo de organização. Se começar a perder terreno para o rival Atlético fora de campo, é questão de tempo para que seja superado dentro de campo também. O atual presidente, Gilvan de Pinho Tavares, parece disposto a fazer um trabalho sério, mas vai ficar difícil se depender de varrer a sujeira do Perrela pra debaixo do tapete. O interesse do Corinthians em Montillo, por exemplo, não morreu. Fábio, goleiro e capitão da equipe mineira, já declarou que seria melhor para o craque ir para o Timão, considerando o salário milionário que foi oferecido. Roger, meia, fez mais do que isso: deixou vazar a informação de que os salários estão atrasados na Raposa. Se conseguirem convencer o presidente, deixarão o Timão muito forte. Caso contrário, passam o abacaxi para o presidente cruzeirense: pagar os atrasados do elenco e dar um aumento que satisfaça o craque argentino, sem incomodar o restante do elenco. Danilo pode ser envolvido na negociação, que deve ficar só para depois das eleições para presidente no Timão.

A sorte do Cruzeiro é ter como maior rival um time que vive uma fase tão ruim que é capaz dos problemas da Raposa ficarem esquecidos após a primeira goleada em cima do Atlético. É praticamente o Real x Barça de Minas, guardadas as devidas proporções.

Por falar nos espanhóis, parece que Mourinho vai continuar tendo problemas para enfrentar o atual time da moda. O Real muda, mexe, treina, tenta, corre, marca… e não ganha. A fase atual do time catalão nem é tão boa assim, mas ganhar dos merengues é obrigação. Após a eliminação na Copa do Rei, Mourinho joga tudo na Liga dos Campeões e no Campeonato Espanhol – torneios em que ele parece ter reabilitado o Real, apesar da dificuldade psicológica em superar os blaugraná.

Na Inglaterra, os rivais de Manchester estão se engalfinhando pelo título, com o Tottenham correndo por fora. Resta saber quem mais conseguirá vaga na Liga dos Campeões: Chelsea, Arsenal ou Liverpool. Tudo leva a crer que o City vai sair da longa fila de mais de 40 anos (ou seriam 50?) sem título. Bom para Manchester, bom para o futebol inglês e bom para Roberto Mancini, eleito técnico mais elegante do mundo aqui no blog. O prêmio de jogador mais elegante foi para Lionel Messi, pelo belo terno usado na entrega do prêmio da FIFA (que não é tão criterioso quanto este blog).

E fico aqui na expectativa de grandes jogos, belos gols, contratações de impacto e, quem sabe, medalha de ouro para a Seleção Brasileira na Olimpíada de Londres. Pode ser a chance derradeira de Mano Menezes à frente do Brasil, mas parece que nem ele acredita mais em seu projeto para 2014. Ainda há tempo de mudar, mas a grande questão agora é quem poderia ser o novo treinador. Quem sabe se o Mourinho sair do Real ele não topa?

Mourinho: amargurado

Raul, Maloqueiro e Sofredor, Graças a D-us

Rock the Soccer

27 de dezembro de 2011 Deixe um comentário

Com o fim do Campeonato Brasileiro, as notícias sobre futebol mudam completamente de foco, passando por contratações até escândalos (*cof*cof*Adriano*cof*). Eu não gosto de falar sobre os escândalos, afinal os jornais estão cheios deles em qualquer época do ano e não é realmente minha prioridade para o blog. Sobre as contratações, prefiro esperar o fim da janela para comentar de forma mais ampla sobre quem realmente chegou ou saiu, do que ficar especulando o que pode ou não acontecer.

Assim, resolvi aproveitar pra falar sobre a relação entre futebol e uma de minhas paixões.

(Não, não é sobre revistas em quadrinhos. Volto a esse assunto quando a Marvel lançar um gibi do Ibrahimovic.)

Sou fã de rock and roll desde… Bom, desde sempre, eu acho. Lembro de, ainda criança, ficar impressionado com as cenas dos shows do Kiss e do Alice Cooper. Claro que, com quatro ou cinco anos de idade, o que marca é o visual, muito mais do que a música. Meu pai é um grande fã dos Beatles, The Ventures, Creedence, Rolling Stones, Elvis. Sempre tive a música deles por perto. Mas foi só no final de 1990, quando a Globo começou a divulgar o segundo Rock in Rio, que eu fui fisgado. Um amigo da minha irmã apareceu em casa pra gravar um disco de uma banda chamada Guns n’ Roses. A capa era uma ilustração magnífica, HQ total, com um robô que, aparentemente, tinha violentado uma ambulante prestes a ser atacado por um monstro com facas no lugar dos dentes. A foto da banda, no verso, mostrava cinco caras obviamente pra lá de bêbados.

A música foi um capítulo à parte. Aos primeiros acordes de Welcome to the Jungle, a faixa de abertura, identifiquei o tema do Rock in Rio que a Rede Globo usava. “Se a música deles é o tema do festival, então devem ser a atração principal”, pensei. Se tornaram minha banda preferida, não só pela música, mas também pelas controversas atitudes de seus membros.

Naquele ano, assisti pela TV não só os excelentes shows do Guns, carregados de adrenalina, como também o Judas Priest, com suas roupas de couro, a fúria thrash metal do Megadeth no seu auge, o heavy metal mais tradicional do Queensryche e a mistura bem equilibrada (musicalmente falando) do Faith no More. Mais tarde, conheci Black Sabbath, Iron Maiden, King Diamond, além de descobrir a música de Kiss e Alice Cooper, e não apenas o visual.

É bem clichê quando tentamos relacionar música e futebol no Brasil pensarmos em pagode, ou sertanejo. Muitos jogadores ajudam a empresariar, ou até mesmo participam de grupos musicais. O capetinha Edílson é empresário de um grupo, Amaral chegou a tocar cavaquinho em outro e Marcelinho Carioca participou da criação de um grupo de pagode de uma igreja protestante da qual era membro.

E o rock and roll? Bom, há alguns exemplos bastante interessantes. O goleiro tricolor Rogério Ceni, por exemplo, entrou em campo para sua milésima partida com a camisa do São Paulo ao som de Hell’s Bells, do AC/DC. O goleiro Zetti, com passagens por Santos, São Paulo e Seleção Brasileira, chegou a participar de uma matéria na TV com os músicos do Iron Maiden. “Costumava ouvir sempre antes dos jogos. Eu escutava do espaço da preleção até o momento de colocar a luva, no aquecimento, sempre estava com fone de ouvido. Era walkman, não tinha mp3 ou Ipod. Eu era uma exceção, com certeza. Poucos gostavam. Escutava mais sozinho”, declarou o hoje treinador. Ronaldo Giovanelli, ex-goleiro do Corinthians e comentarista, chegou a cantar em sua banda, “Ronaldo e os Impedidos”, numa linha mais Elvis Presley. Tiago, goleiro do Bahia, também curte música pesada: em seu iPod, sempre rola Metallica ou Aerosmith.

Deola, do Palmeiras, também não abre mão de ouvir Pearl Jam ou Ozzy. Quase sempre sozinho. “Ah, a gente tem que se acostumar. Já foi mais difícil, antes os caras faziam aquelas rodinhas de pagode e tal. Mas a gente tem que respeitar, e eu fico no meu cantinho ouvindo o meu rock”.

Sócrates, Casagrande e Wladimir eram figurinha carimbada nos shows de Rita Lee na época da Democracia Corinthiana. Uma reportagem antiga do Globo Esporte mostra Casagrande falando quais shows veria no Rock in Rio de 1985: “Ozzy, Iron Maiden, AC/DC, Queen, Whitesnake, Scorpions… Só som pesado, meu!”

O caso mais curioso, contudo, é o de Paul Di’Anno. O cantor, que ficou famoso por ter participado da formação que gravou os dois primeiros álbums do Iron Maiden, no começo dos anos 80, é corinthiano fanático. “Sou corinthiano e estou muito contente. Gosto do time porque a torcida lembra minhas origens. Existe um clube semelhante na região em que eu cresci na Inglaterra. O Corinthians tem muito a ver com o lugar”, afirmou Di’Anno. Sua relação com o Brasil é muito estreita. Ele já fez shows por quase todo o território nacional e foi casado com uma brasileira, com quem tem um filho. Mas não pense que ele é um “torcedor de ocasião”! O vocalista torce para o Timão já desde meados de 1995 e sempre exibe, com orgulho, sua carteirinha da Gaviões da Fiel. “Corinthians, campeão! Nós merecemos! Nós somos os maiores e melhores do Brasil! No entanto, este titulo foi comemorado com a tristeza da morte do nosso ídolo Sócrates. Ele foi o sangue e a raça da nossa equipe. Ele era Corinthians! Descanse em paz, maestro do Timão”, declarou ele, logo após o título. Seus shows são cheios de provocações aos rivais e gritos de torcida. Mais Zona Leste, impossível!

Quem sabe, na inaguração do estádio em Itaquera, os fãs de rock and roll não são presenteados com uma festa de abertura capitaneada pelo Van Halen, por exemplo, ou o próprio Di’Anno? Sonhar não custa nada!

Paul Di'Anno: corinthiano de ferro!

Raul, Maloqueiro e Sofredor, Graças a D-us

Categorias:Corinthians, Torcida

É PENTA!

5 de dezembro de 2011 Deixe um comentário

…apita o árbitro, termina o espetáculo e O CORINTHIANS É CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2011!

Um título sofrido, suado, do jeito que a Fiel gosta! O grito de campeão entalado na garganta desde a vitória sobre o Figueirense, atravessado a cada gol, a cada vitória, a cada carrinho, a cada dividida. Foram 38 rodadas emocionantes, talvez o Brasileirão de maior equilíbrio na parte de cima da tabela. Não só o Corinthians, mas também o Vasco – que vendeu caro o título – o Flamengo, Fluminense, Botafogo, Internacional e até o Figueirense flertaram com a liderança, mas o Timão a manteve por 28 rodadas. Nem sempre pelos seus resultados, mas pela incompetência dos concorrentes. O começo arrasador, com uma invencibilidade de 10 jogos, credenciou o alvi-negro do Parque São Jorge a conquistar o quinto Brasileirão de sua história, seu oitavo título nacional.

Não pude evitar ir até o centro da bela e iluminada Suzano, a Beverly Hills brasileira, ver a comemoração acompanhado de minha esposa e filha. Foi o primeiro título que comemoramos juntos e também o primeiro da minha filha – que ficou bastante assustada com os fogos e tivemos que voltar rápido pra casa!

Minha esposa estava bem mais tranqüila. Não cabia em si de felicidade com a goleada que o seu Cruzeiro impôs ao maior rival, o Atlético MG. Acho que nem se fizessem um torneio dos piores times do mundo o Atlético ganhava. Podia se redimir de todas as humilhações sofridas nos últimos anos, mas o Galo Mineiro atleticou de maneira vergonhosa, manchando a campanha de recuperação do técnico Cuca. O Cruzeiro pode não ter feito um bom campeonato – aliás, figura como uma das decepções da temporada. Mas o Atlético, esse não decepciona. Espero que a CBF reveja a tabela com os clássicos na última rodada, ou o Cruzeiro vai ter a vantagem de ter três pontos garantidos no final todo ano.

Brincadeiras à parte, a tabela foi, de longe, a melhor coisa dos últimos anos. Oito clássicos, dez jogos decisivos, muitos gols e emoção! Os rebaixados foram aqueles mesmo: o simpático América, que tirou pontos dos três primeiros colocados; o Avaí, que conseguiu impedir o rival Figueirense de chegar à Libertadores; o Atlético PR, que também estragou o plano do Coritiba conseguir uma vaga na competição sulamericana; e o Ceará, sempre difícil de ser batido no seu estádio, mas que não se achou em campo esse ano.

Com a vaga na Libertadores ficaram Flamengo, que empatou com o Vasco e pôde gritar “vice de novo!” e o Internacional, que venceu o Grêmio. Juntaram-se a Santos, Vasco, Corinthians e Fluminense na disputa que começa no ano que vem. O Timão já tem contratações na manga, mais reforços devem chegar e o time tem condições de chegar muito forte para a conquista do mais cobiçado troféu, desde que, é claro, aprenda com alguns erros que cometeu nessa temporada.

Mas foram poucos se comparados com os acertos que nos deram o título! Uma campanha cheia de viradas, gols, dribles, polêmicas, placares apertados e muita emoção! O Corinthians venceu, de virada, o Grêmio em pleno Estádio Olímpico, o Vasco, Atlético MG na Arena do Jacaré, Flamengo, Avaí e, novamente, o Galo Mineiro, dessa vez em casa. Também bateu o Bahia, Atlético GO, Botafogo, Cruzeiro, Ceará e Figueirense fora de casa. Marcou pontos contra todos os outros: somou seis contra o tricolores gaúcho e baiano, além do rubro-negro goianiense. Somou quatro pontos contra Flamengo, São Paulo, Vasco, Internacional, Atlético PR e Ceará. Garantiu três pontos nos confrontos contra Coritiba, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Avaí, América MG e Figueirense. Arrancou apenas um pontinho de Santos e Palmeiras, esse, no último jogo, que valeu o título.

Menção honrosa para a acachapante goleada em cima do São Paulo. O Timão enfiou cinco a zero no tricolor, com direito a show de Danilo e “hat-trick” de Liedson, artilheiro do Corinthians no campeonato com doze gols!

Liedson, inclusive, passou boa parte do campeonato lutando contra as dores no joelho, devido ao longo período sem férias. Com a má-forma física de Adriano, o Levezinho foi para o sacrifício e marcou gols que foram fundamentais na campanha, além de um belíssimo drible no último jogo. Coisa de craque!

Já o Imperador, a despeito de sua forma física, mostrou que tem estrela e marcou o gol da emocionante virada contra o Atlético MG no Pacaembu, dando sua contribuição para o título. O peruano Luiz Ramires também entrou em campo no segundo tempo da partida contra o Ceará para garantir a vitória em pleno Presidente Vargas, mostrando muita categoria!

Mas não dá pra falar em estrela sem citar Emerson Sheik. Após ganhar o Brasileirão em 2009 pelo Flamengo e 2010 pelo Fluminense, garantiu o terceiro caneco com dribles, gols e atuações cheias de irreverência e maladragem. Que seus problemas com a Justiça não atrapalhem seu desempenho com a camisa do Timão!

E o Príncipe Willian? Comemorou como um garoto, nos braços de Tite, o gol de Liedson contra o Figueirense. Gol que teve uma assistência cinematográfica de Alex, que entrou naquela partida justamente no lugar de Willian. Mesmo assim, o abraço no treinador, a comemoração emocionada, mostraram que, mais do que qualquer outra coisa, o menino Willian queria ser campeão e ia contribuir com todas as suas forças para isso, não só correndo e lutando dentro de campo, mas também sendo substituído sem reclamar.

Paulinho e Ralf formaram uma dupla de volantes memorável. Poucos cartões, muitas bolas roubadas e gols. Gols decisivos, de jogadores que aparecem quando os atacantes estão presos na marcação e os meias não conseguem criar. Paulinho foi o vice-artilheiro do time no campeonato, Ralf teve o maior número de desarmes. A dupla foi até convocada para a seleção de Mano Menezes!

Danilo, com seu toque de categoria, ora organizava as jogadas do Timão, ora dividia a responsabilidade com Alex. O recém-chegado marcou gols importantes, foi decisivo na reta final e mostrou muita personalidade. Já o Zidanilo, como foi apelidado ainda nos tempos de São Paulo, se caiu de produção na reta final, justificou a confiança do técnico com um começo de campeonato excelente.

Nas laterais, Alessandro e Fábio Santos mantiveram a regularidade; não comprometiam a defesa e ainda buscavam espaço na frente. Os zagueiros Paulo André e Leandro Castán se firmaram no time titular, tendo a difícil tarefa de substituir o aposentado William e o rebelde Chicão. Mas a rebeldia do ex-capitão não foi maior que a vontade de ser campeão pelo Corinthians. Mesmo no banco de reservas, procurava um espaço, uma oportunidade, para entrar em campo ou exercer sua liderança. Emblemática a cena em que acompanha por uma TV os lances finais de Vasco x Fluminense ainda no gramado do Orlando Scarpelli.

E o que dizer de Julio César? Eu, que tanto já critiquei nosso goleiro Horácio, até aqui nesse blog, vejo o campeonato acabar tendo o Corinthians com a melhor defesa e Julio como o goleiro menos vazado… Parabéns, goleirão, mas vê se estica esse braço!

Teve também os heróis de poucos minutos, claro. Bruno Otávio, Moradei, Welder, Wallace, Taubaté, Danilo Fernandes, o contestado Renan, Ramon… Todos apareceram, se apresentaram para o jogo e ajudaram a cumprir a missão do time. O técnico Tite até “fala muito”, mas com razão: sabe mexer com os brios do time no vestiário, sabe reorganizar o time com as substituições e foi coerente nas escalações e substituições. Cabe aqui o mérito da diretoria, que bancou o treinador até nos piores momentos, mantendo a filosofia de trabalho que se mostrou vencedora.

Nenhum título do Corinthians é completo sem a Fiel Torcida, o Bando de Loucos que faz de qualquer estádio a sua casa. Gritando, cantando, incentivando e empurrando, a torcida apagou a má impressão deixada após a eliminação na Libertadores, quando deu um vexame digno de páginas policiais, e foi o verdadeiro décimo-segundo jogador. Dessa vez, comemoramos em nossa casa, no Pacaembu, para alegria de uma Nação de 40 milhões* de loucos!

Por último, uma menção honrosa a esse jogador que, se não é craque, é guerreiro; se não é gênio, é endiabrado; se não é disputado por clubes da Europa ou convocado pela Seleção, veste a camisa do Corinthians como se fosse a própria pele. São Jorge Henrique, obrigado pelo chute no vácuo que vale! Obrigado por nos trazer à lembrança o capetinha Edílson! Obrigado por colocar o chileno marrento no devido lugar dele: o chuveiro.

Obrigado, Corinthians! Mais do que o quinto título brasileiro, essa camisa ostenta a história de 40 milhões de títulos: seus torcedores, cada um deles. Cada um de nós. Cada brasileiro e mais o nosso Dr Sócrates, que encontre a paz no Oriente Eterno!

Vai, Corinthians! Pentacampeão!

Jogadores do Timão homenageiam Sócrates antes do início da partida

Pentacampeão!

Com amor...

...com o coração...

...e com muita emoção...

...pra delírio da Fiel!

*Oficialmente, as estatísticas apontam 30 milhões de torcedores. Mas, se o Adenor Tite disse que são 40, então ele está certo.

Raul, Maloqueiro e Sofredor, Graças a D-us!!!

Os Mortos-Vivos

7 de novembro de 2011 1 comentário

Minha esposa é de Minas, então ela reclama bastante que, pra sair de casa aqui em São Paulo, não importa o tempo: você sempre tem que levar guarda-chuva, blusa, luvas, uma jaqueta, uma camiseta mais leve, uma calça reserva, bote salva-vidas, filtro solar, água…

Daí imagine a seguinte situação no futebol: o líder do campeonato entra em campo contra o lanterna e, mesmo na casa do adversário, tem maioria absoluta da torcida nas arquibancadas. O mínimo que pode se esperar é um futebol bem jogado e uma vitória daquelas que os comentaristas gostam de chamar de “incontestável”.

Não é que o Campeonato Brasileiro ficou mais imprevisível que o clima de São Paulo?

A diretoria do já desenganado América-MG resolveu ganhar dinheiro com o jogo e aguardar a Série B sem mais stress. Escolheram uma cidade onde a maioria da população torce para o Corinthians. Deram a maioria dos ingressos para os torcedores do Timão e, mortos-vivos, seguem caminhando lentamente para a Segundona.

O problema é que também encontraram um time de zumbis, se arrastando pelo campo, incapazes de trocar mais que três passes ou criar jogadas de perigo. Alex se machucou logo no começo do jogo, Danilo não criou, Liédson precisa de férias, Willian estava tímido… Na zaga, Chicão tinha sua grande chance de redenção. Após ser cortado do time titular pelo técnico Tite, se recusou a ficar no banco de reservas no clássico contra o São Paulo e foi afastado do elenco. Teve que colocar o rabo entre as pernas, já que o treinador realmente tem respaldo da diretoria para fazer o que julgar necessário para conquistar o título. Em campo, Chicão bateu o pênalti que empatou o jogo para o Timão e até ficou com a braçadeira de capitão após Alessandro ser substituído.

Mas o time parecia não estar em campo, tamanha apatia que tomava conta dos jogadores. Aos 40 minutos, Chicão fez uma falta dura na entrada da área. Julio César, como de costume em cobranças de falta, não alcançou. A barreira estava colocada e a bola foi no canto dele, um goleiro jamais pode levar gol no canto em que está! Como é que ele não alcança uma cobrança de bola parada?! Posicionamento errado? Impulsão fraca? Braço curto? Não sei, mas nunca senti segurança no Julio César. Goleiro ainda jovem, formado na base do Timão e com um futuro bastante promissor pela frente, foi bem em lances difíceis durante o jogo, mas alguma coisa está muito errada debaixo das traves… Já foram cinco gols de falta sofridos, mais do que qualquer outro goleiro no campeonato.

O gol pareceu acordar o Corinthians, que foi pra cima. Mas era tarde: precisando do gol, Tite tinha tirado o atacante Willian para colocar o volante Edenílson. O reserva deu bons passes, mas se era pra buscar o gol, pra que tirar o Willian? Émerson, que costuma ser valente o jogo inteiro, conseguiu cavar o pênalti que empatou o jogo e ainda tentou se lançar pra cima do América, mas era tarde. A derrota só não foi pior porque o Santos foi mais Corinthians que o próprio Corinthians, batendo o Vasco por 2 a 0 e embolando ainda mais a parte de cima da tabela.

Eu não sou muito de ler estatísticas do tipo “tal time tem tantos por cento de chance de título, esse outro tem tantos por cento de conseguir vaga pra Libertadores”, porque esses números refletem apenas um momento – e muito curto. De uma rodada pra outra, tudo muda. Ainda restam cinco jogos, são quinze pontos para o Corinthians “absorver os erros”, como Tite gosta de dizer, e garantir a taça. Mas o Corinthians contou com a sorte por muito tempo nesse campeonato e sorte uma hora acaba.

Geralmente, quando mais se precisa dela.

O título simbólico do primeiro turno foi melancólico, conseguido mais pela incompetência dos concorrentes diretos ao título do que por méritos do Timão, a despeito do início arrasador. Agora são cinco times com chances de conquistar o campeonato – na rodada passada eram três, mas alguns mortos-vivos acordaram e tudo pode mudar de uma hora pra outra. Muitas vezes já foi dito que o Flamengo só ia lutar por vaga na Libertadores, ou nem isso, e agora eles se aproximaram da ponta; o Fluminense, famoso por reagir quando mais precisa, também encostou. E até o Figueirense virou uma ameaça ao Timão.

O time foi ridículo, apático, entrou em campo completamente descompromissado. O campeonato segue indefinido mas pelo menos não se vê ninguém suspeitando de entrega de jogos pra prejudicar o rival. Palmeiras e São Paulo não podem se dar ao luxo de perder pontos e o Santos, do sempre correto Muricy Ramalho, vai se preparando para o Mundial do Japão, com a volta de Ganso e outra exibição primorosa de Neymar, o campeão moral deste Brasileirão de altos e baixos.

Arbitragem? Não comento, acho cafona.

Zumbis? Tenho medo. Vai que o Corinthians resolve ressuscitar o Atlético-PR, o Ceará ou, pior ainda, o Palmeiras!?

Dirigentes do América zumbizando no meu campeonato!

Raul, Maloqueiro e Sofredor, Graças a D-us

Categorias:Brasileiro, Corinthians

Com a cara do Timão!

31 de outubro de 2011 Deixe um comentário

Dia 30 de outubro, aniversário de meu grande amigo Ednei. Logo após os jogos das 4 da tarde terem terminado, mandei um SMS pra ele:

“Feliz aniversário! E obrigado pelo SPFC ter ajudado o Timão a voltar à liderança hoje!

Resposta dele:

“Amigo é pra essas coisas, até o time ajuda!”

E realmente o Tricolor deu uma força para o Timão, segurando o Vasco em pleno São Januário. Dênis, goleiro que substituiu o lesionado Rogério Ceni, fez grandes defesas (e já pode se considerar bem-vindo no Parque São Jorge pra uma cervejinha). Agora o Corinthians chegou aos mesmos 58 pontos do Vasco, mas tem uma vitória a mais. E que vitória!

Corinthians e Avaí fazem jogos emocionantes desde que o Alvinegro disputou a Série B, em 2008. De lá pra cá, não faltou emoção. Hoje, para manter a escrita, o Avaí saiu na frente em pleno Pacaembu, com um gol de Róbson, no canto, longe das mãos do goleiro HorácJulio César! O Timão não conseguia reagir, errava passes, o campo molhado prejudicava a saída de bola e o Avaí se lançava em perigosos contra-ataques. Jorge Henrique se machucou e Émerson, que não atuava a cinco partidas, entrou em campo, mas não foi o suficiente pra mudar o panorama.

Digam o que for de Tite. Que ele não sabe escalar o time, não saber armar ou substituir. Mas ele é muito bom em mexer com os brios da galera no intervalo, e o Corinthians subiu para o segundo tempo com outro espírito. Porém, logo aos cinco minutos, Leandro Castán foi expulso. O Corinthians, contudo, pareceu se tornar mais aguerrido ainda. Errava muitos passes, via o Avaí ameaçando, mas brigava ferozmente. Ralf foi deslocado para a zaga, Paulinho continuou como primeiro volante, Danilo e Émerson recuaram e o ataque ficou sob a batuta de Willian e Liédson. O time ficou abalado ao sofrer o primeiro gol, mas era hora de fazer o Avaí tremer.

Willian, em rápido contra-ataque, mandou a bola para Émerson encher o pé na saída do goleiro e empatar o jogo. No embalo da torcida, o Corinthians continuou lutando até que, aos 32 minutos, Felipe saiu mal do gol e Liédson se movimentou do segundo pau, na risca da pequena área, até quase a marca do pênalti. E não é que a bola foi justamente na direção dele? O Levezinho, como era chamado em Portugal, cabeceou a bola e fez a Fiel explodir no Pacaembu!

Para o próximo jogo, não teremos Leandro Castán e Paulo André – que tomou o terceiro cartão amarelo. A zaga deve ser formada por Wallace e Chicão, com chance de se redimir após ser afastado do grupo; o espírito da equipe para sua volta, ele já viu. É difícil, é chorado, é suado, mas não pode ser sem luta! O grupo parece ter abraçado a causa e agora só depende de si para garantir mais um título! Lamentável que isso seja confundido com violência, como Emerson Sheik fez ao, literalmente, pisar em um jogador do Avaí. Se fosse expulso no lance, ia dificultar ainda mais as coisas pro Corinthians. Cabeça no lugar, Emerson! Esse tipo de jogada, além de prejudicar o time, é desleal!

Enquanto isso, o Palmeiras… Bom, o importante é ter saúde. 2011 está quase acabando, melhor planejar o ano que vem.

Na próxima rodada, o Corinthians vai ao Parque do Sabiá enfrentar outro desesperado: o América. O Timão não pode mais contar com a sorte, precisa fazer sua parte direitinho – lembrando que foi muito difícil ganhar do América no primeiro turno. Já os mineiros precisam de um milagre pra saírem da zona de rebaixamento, mas hoje o Corinthians enfrentou um time na mesma situação e não foi nada fácil…

Vamos torcer!

Émerson Sheik, indo pra cima dos adversários!

Raul, Maloqueiro e Sofredor, Graças a D-us

Categorias:Brasileiro, Corinthians

O Menor dos Males

23 de outubro de 2011 Deixe um comentário

Corinthians e Internacional se enfrentaram hoje pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, no que já virou um dos grandes clássicos do nosso futebol. O jogo, contudo, não refletiu o bom momento do Timão: era o Colorado quem tomava a iniciativa, empurrado pela sua torcida. Pelo alvinegro, alguns bons momentos não foram o suficiente para abrir o marcador; já o time do Beira-Rio contou com a vantagem numérica desde o final do primeiro tempo: Alessandro, expulso, dificultou as coisas para o técnico Tite.

(Jogar a faixa no chão não adianta, Alessandro! Tem que ter cabeça fria pra conquistar o título!)

Tite colocou Welder no lugar de Willian, que não vinha bem, para recompor a lateral direita. O problema é que Liédson, Alex e Danilo também não estavam muito bem… O Internacional dominou o segundo tempo, atacou muito e criou oportunidades, até abrir o placar em cabeçada de Nei.

Não sou fã do goleiro Julio César. Acho que ele não chega em muitas bolas fáceis, parece que tem os braços curtos. Mas não tinha muita coisa pra fazer no lance, Nei invadiu a área atrás da zaga e deu uma cabeçada muito difícil no canto direito do corinthiano. Depois de uma série de defesas difíceis, Julio César foi vencido no lance.

O gol, contudo, despertou o Timão. Mesmo com um jogador a menos, continuou atacando. Edenílson e Jorge Henrique entraram nos lugares de Liédson e Danilo, o time ia pra cima com muito mais vontade do que qualidade e o Inter passou a ter dor de cabeça.

Finalmente, Alex se redimiu de uma partida apenas regular com uma excelente cobrança de falta, que ele mesmo sofreu e rendeu a expulsão de D’Alessandro. O goleiro do Inter deu mole ao preparar a barreira e o chute foi fácil para um jogador com a qualidade do camisa 12. O Timão reduziu o prejuízo e a torcida fez muita falta, calando a massa colorada em pleno Beira-Rio. A arbitragem, no geral, foi boa, mas parou um ataque do Internacional dando impedimento inexistente de Ilsinho. O lance era difícil, mas pode ter prejudicado o Inter. No mais, gostava de deixar a bola correr, marcava poucas faltas mas era rigoroso nos cartões.

Missão cumprida? De jeito nenhum, a expulsão de Alessandro prejudicou – e muito – o Corinthians. Mas conseguir um empate na raça, nessas circunstâncias, mostra que o Corinthians segue na briga pelo título – agora, na vice-liderança, pois o Vasco venceu o Bahia por dois a zero fora de casa. Semana que vem é encarar o sempre perigoso e, agora, desesperado Avaí no Pacaembu.

Goleiro do Timão num momento de relax

Raul, Maloqueiro e Sofredor, Graças a D-us

Categorias:Brasileiro, Corinthians

Fala muito!

17 de outubro de 2011 Deixe um comentário

Corinthians e Cruzeiro protagonizaram neste domingo o clássico da família Kuk em posições opostas. Enquanto os paulistas lutam para se manter na liderança, os mineiros tentam se afastar da degola. O momento na tabela refletiu as atuações dentro de campo: o Corinthians podia esperar a hora certa de atacar, enquanto o Cruzeiro, pressionado e empurrado por sua torcida, não tinha o dia todo. Os dois times jogaram com a proposta clara de garantir os três pontos e fizeram um primeiro tempo equilibrado e com muitos momentos de perigo. Willian, pelo Corinthians, teve duas oportunidades, mas finalizou muito mal; Liédson, voltando de contusão, não estava no mesmo ritmo dos demais; Danilo e Alex estavam longe da dupla de volantes e a defesa não podia descuidar de Montillo. O astro argentino, contudo, jogava isolado na frente. Wellington Paulista até que se esforçou bastante mas, ao seu lado, Keirrison não é o tipo de jogador com “fome de bola”. Perdeu chances claras, se esquivou das divididas e foi muito vaiado pela torcida ao final do primeiro tempo. Nem subiu para a segunda etapa.

Foi quando a tranqüilidade do Corinthians começou a contrastar com o nervosismo do Cruzeiro. Não que a vida esteja um mar de rosas para o Timão, mas a calma de Alex ao fazer o passe para o gol de Paulinho resume bem a frieza com que o técnico Tite gosta de armar seus times para atacar. Claro, ao ser marcado penalti inexistente contra seu time, Tite deixou a frieza de lado e “falou muito”, sendo expulso em seguida. Dentro de campo, Montillo, que vive um drama pessoal com o filho internado e especulações sobre uma transferência para o próprio Corinthians, isolou a cobrança e viu as esperanças da Raposa arrancar pelo menos um empate ruírem. Cabisbaixa, a torcida já deixava o estádio enquanto o time ainda tentava o gol. Julio Cesar salvou uma cabeçada a queima-roupa de Anselmo Ramon e mostrou a força do setor defensivo, um dos menos vazados do campeonato. Com isso, o Cruzeiro precisou contar com a incompetência (e os desfalques) do Atlético Mineiro, derrotado pelo Vasco. O Corinthians lidera, mas tem um jogo a menos que o Botafogo, que vai enfrentar o apático e desinteressado Santos.

Lamento pela minha esposa, que ficou chateada com a derrota do seu time de coração, mas não dá pra deixar a euforia e a ansiedade (ou a tristeza e o pessimismo) tomarem conta agora. Tem muito jogo pela frente e tanto Corinthians como Cruzeiro vão precisar ralar muito pra alcançarem seus objetivos. É uma pena que a Raposa, um dos times mais fortes do Brasil, viva um momento tão triste, fruto, sem dúvida, de uma administração mais preocupada com os próprios bolsos do que com a saúde financeira do clube e, principalmente, a força do time. Perde o futebol mineiro, perde o futebol brasileiro.

O grande derrotado da rodada, contudo, foi o Palmeiras. Em meio a uma crise que não parece ter limites – dentro e fora de campo – o Verdão só não foi goleado pelo Fluminense graças às intervenções do goleiro Deola. Fred marcou duas vezes e Valdívia anotou o gol de honra do Palmeiras. A situação de Felipão piora a cada dia – até porque ele nem estava no banco de reservas no Canindé, a despeito do momento delicado. Convenhamos, qual foi o último grande trabalho de Felipão como técnico? Já o maior vencedor da rodada foi o São Paulo: com a goleada sofrida para o Atlético Goianiense, o tricolor se livrou de Adílson Batista. A vaga na Libertadores, porém, ficou distante. O Brasileirão, que era um Rio-São Paulo turbinado, virou Rio-Corinthians.

Na próxima rodada, o Corinthians vai a Porto Alegre enfrentar o Internacional, que vem embalado pelas últimas atuações e a perspectiva de beliscar uma vaga na Libertadores. Já o Cruzeiro pega o sempre perigoso Atlético Goianiense, mas joga em casa e vai poder contar com sua torcida, que deve fazer outra bela festa para seus jogadores. Tomara que tenham paciência para não pressionar um time que já está inseguro demais com relação ao futuro.

"Blá! Blá! Blá! Blá! Blá!"

Raul, Maloqueiro e Sofredor, graças a D-us

Líderes de novo. Mas…

10 de outubro de 2011 1 comentário

O Imperador voltou?

Perder a liderança por algumas rodadas, como aconteceu com o Corinthians, para um time em ascensão como o Vasco pode ser considerado perfeitamente normal. O que realmente importa num campeonato longo, como o nosso Brasileirão, é estar disputando as primeiras posições nas últimas quatro ou cinco rodadas. Sendo assim, da mesma forma que o desespero pela perda da primeira colocação não se justifica, retomá-la não quer dizer que está com a mão na taça.

O que o Corinthians tem é um time bastante regular e que jogou com muita determinação durante os primeiros 45min do jogo. Atacou, foi pra cima e, em lances de muita vontade de Willian e Alex, abriu confortável vantagem logo no primeiro tempo, com Danilo se destacando mais uma vez na criação das jogadas. Exatamente como o Corinthians foi no começo do campeonato, com nove vitórias em dez rodadas. Foi o suficiente para abrir uma excelente vantagem sobre os adversários, iniciada na cabeçada mortal de Leandro Castán, completada com o belíssimo gol de Willian e a furiosa comemoração de Alex.

O campeonato seguia, o Corinthians tropeçava e os adversários pareciam determinados a não tomar a liderança do Timão. Tem acontecido bastante no Campeonato Brasileiro nos últimos dois anos, quando o líder tropeçava mas todos os rivais também. Eu detesto a expressão “sorte de campeão”, porque sorte, uma hora, tem que acabar.

E acabou.

O Vasco, em ótima fase, assumiu a liderança com propriedade, talvez até motivado pelo drama de seu treinador, Ricardo Gomes. Mas, no confronto direto, o Timão ganhou uma e empatou fora de casa. Vamos ver o que esses quatro pontos vão significar no final do campeonato.

Afinal, quem lidera um campeonato de pontos corridos precisa administrar. O campeão será o time que errar menos. E começou o segundo tempo no Pacaembu, onde vimos um Corinthians bastante inteligente, que jogou durante os 45min da etapa final administrando a vantagem e fazendo um pouco de festa com a estréia do Adriano (sua participação foi discreta, mas bastante comemorada pela torcida). O time não se arriscou, tocou a bola e segurou qualquer tentativa do Atlético Goianiense de tentar diminuir a diferença.

A tendência no futebol brasileiro é resolver de maneira rápida, mudando o treinador. Nos últimos anos, vimos que os times que menos mexeram com o técnico foram bem. Os rebaixados, geralmente, tiveram três ou quatro mudanças de comando. Considerando o nível de competitividade do futebol brasileiro, fica claro que é impossível um time se manter com aproveitamento de mais de 70% por muito tempo – o que dirá então mais de 90%! Mas vai levar a taça quem errar menos, quem não depender apenas de sorte pra se manter na liderança e, principalmente, quem tiver uma diretoria que não jogue pra torcida, trocando técnico ao primeiro sinal de crise. O Corinthians já mostrou capacidade para preencher estes requisitos e até com a sorte contou: no Beira-Rio, o Internacional bateu o Vasco pelos mesmos três a zero.

O Corinthians  lidera com 51 pontos; o Vasco da Gama vem em seguida, com 50. O São Paulo é o terceiro colocado, com 47 – mesma pontuação do Flamengo, que subiu duas posições ao vencer o rival Fluminense de virada neste domingo, empurrando o tricolor carioca para a sexta colocação, com 44 pontos. O Botafogo é o quinto, com 46, fechando o G5 do Brasileirão. Vamos conter a empolgação, mas convenhamos: dá gosto ver o Timão apresentando um bom futebol novamente!

Que venha a próxima rodada!

Raul, Maloqueiro e Sofredor, graças a D-us

Categorias:Brasileiro, Corinthians